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Mostrando postagens de agosto, 2012

Qual a minha motivação?

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Pegando o gancho do último texto da Priscila e combinando com um mangá que tenho lido atualmente (combo?), trago uma reflexão sobre motivação. Estou acompanhando um mangá chamado "Shijou Saikyou no Deshi Kenichi" (imagem acima), do mangaka Matsuena Syun, cujo título em português seria algo como "Kenichi, o discípulo mais forte". A traminha gira em torno de Kenichi Shirahama, aluno comum do 1º ano do ensino médio, que, depois de alguns incidentes se vê treinando artes marciais em um dojo. Mas não é um dojo qualquer, trata-se, simplesmente, do dojo que possui os maiores mestres do mundo em algumas artes marciais como karate, muay thai, kung fu e jiu-jitsu. Não, Kenichi não é nenhum fortão. Ele também não é um lutador nato. Tão pouco ele sabe lançar um hadouken (hehehehe). Pelo contrário, desde o início de seu treinamento em artes marciais seus mestres fazem questão de lhe repetir uma frase: "Você não tem talento algum para artes marciais!". A

O calinho da meia lua

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Sabe aquele calinho no dedo que se forma de tanto esfregar meia lua pra frente e soco? Pois é ainda pior o calinho que se forma no dedo de quem aperta em todas as setas e letras sem comandos certos, à espera de um golpe perfeito (quiçá um Hadouken!). Esses calinhos fazem latejar um misto de sensações entre a dor e o prazer. E a fronteira entre elas é facilmente apagada quando uma dor se torna prazer e um prazer se torna dor. É preciso distingui-las para que o calinho não se perca nos desvãos desses sentimentos O calor da luta traz à tona a reflexão, sempre problemática, a respeito de fé e prática. Apertar todos os botões a esmo é demonstrar fé, confiando que, de uma forma ou de outra, a vitória pode ser alcançada. Mas, o adversário não vê essa fé, pois ela está escondida na ausência de uma prática de luta consciente que evidencie a esperança de que a aplicação de um comportamento adequado garante mais chance de conquista. Por isso, o adversário efetua seu ataque diante do que v

A vida póstuma do cristão

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           Muita gente pensa que após a morte há um descanso eterno. Por isso, tentam levar uma vida em ritmo frenético, poucas horas de sono, muito trabalho e investimento em atividades que, segundo consta, só poderão ser efetuadas nesta vida. Brás Cubas, por outro lado, discorda redondamente desse pensamento, uma vez que resolve escrever suas memórias depois de morto, sendo, portanto, um “defunto autor” (cap. I, p. 17). Ele nos mostra que no além-túmulo é possível produzir, e produzir com sinceridade, pois sem as amarras sociais, fica livre para escrever e dizer a verdade. Porque, em suma, já não há vizinhos, nem amigos, nem inimigos, nem conhecidos, nem estranhos; não há platéia. O olhar da opinião, esse olhar agudo e judicial, perde a virtude, logo que pisamos o território da morte; não digo que ele se não estenda para cá, e nos não examine e julgue; mas a nós é que não se nos dá do exame nem do julgamento. (cap. XIV, p. 55)           Seja como for, a vida de Brás Cubas

Cristo bunshin no jutsu

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Assim que se acorda, o homem pós-moderno clica o botão que liga a TV, e, entre o banho e um gole na xícara de café, com apenas mais alguns cliques, vê o que se passa nos principais canais, além de dar uma olhadinha na coluna de notícias do msn e nas últimas mensagens do facebook . Antes mesmo de sair de casa, ele já fez diversas atividades simultâneas, em tempo exageradamente rápido e pouco, muito pouco aproveitado com qualidade. O homem pós-moderno, diante de todas as (des)conveniências tecnológicas à palma da mão, não é mais um, mas vários. Ele consegue executar o “Kage Bunshin no Jutsu” (habilidade de clonar-se), em segundos. Basta clicar o botão da TV e do computador, apertar o interruptor para acender a lâmpada, tocar o botão da chave elétrica do carro, discar as teclas do celular e pressionar a função “ligar” do forno micro-ondas. Pronto! Parece que nada mais é real, nem o homem nem o mundo dos homens. São clones cada vez mais perfeitos de uma realidade verdadeiramente