Cristo bunshin no jutsu
Assim
que se acorda, o homem pós-moderno clica o botão que liga a TV, e, entre o
banho e um gole na xícara de café, com apenas mais alguns cliques, vê o que se
passa nos principais canais, além de dar uma olhadinha na coluna de notícias do
msn e nas últimas mensagens do facebook. Antes mesmo de sair de casa,
ele já fez diversas atividades simultâneas, em tempo exageradamente rápido e
pouco, muito pouco aproveitado com qualidade. O homem pós-moderno, diante de
todas as (des)conveniências tecnológicas à palma da mão, não é mais um, mas
vários. Ele consegue executar o “Kage Bunshin no Jutsu” (habilidade de
clonar-se), em segundos. Basta clicar o botão da TV e do computador, apertar o
interruptor para acender a lâmpada, tocar o botão da chave elétrica do carro,
discar as teclas do celular e pressionar a função “ligar” do forno micro-ondas.
Pronto! Parece que nada mais é real, nem o homem nem o mundo dos homens. São
clones cada vez mais perfeitos de uma realidade verdadeiramente virtual. Talvez
Platão nem imaginasse haver tantas cópias de cópias, como Naruto nem imaginava
conseguir fazer tantos clones seus com a força do pensamento.
Você
deve estar se perguntando agora como é que Platão e Naruto foram parar juntos
na mesma comparação alusiva. Pois é isso mesmo que a pós-modernidade faz, mistura
os espaços e as ideias como se tudo fizesse parte do mesmo cenário, porque já
não existem distâncias ou impossibilidades para a era da internet – “tudo num
só lugar”. Uma das consequências graves disso (digamos, tudo igual), é que as
pessoas começam desesperadamente a tentar aparecer como diferentes, levando-nos
à uma sociedade altamente midiática. Sabe aquela ideia quixoteana:
fazer-se cavaleiro andante e ir-se por todo o mundo, com as suas armas e cavalo, à cata de aventuras, e exercitar-se em tudo em que tinha lido se exercitavam os da andante cavalaria, desfazendo todo o gênero de agravos, e pondo-se em ocasiões e perigos, donde, levando-os a cabo, cobrasse perpétuo nome e fama. (CERVANTES, 1981, p. 30)
Anda
na moda querer fazer “grandes feitos” para angariar fama e sucesso. O problema
é que os “grandes feitos” não são mais de cavaleiro andante e sim de androides
fúteis (provavelmente minha analogia já seja tão ultrapassada quanto a Idade
Média). Enfim, as pessoas imitam para ganhar notoriedade – que contradição!
Mas,
existe um mundo ideal celeste, que quer mesmo que sejamos seres imitadores.
Outrossim, que sejamos imitadores de Cristo, não de vãs filosofias, não de
máquinas eletrônicas, mas de Cristo! Deus quer que sigamos os passos de Jesus:
que amemos como Ele amou; sirvamos como Ele serviu; perdoemos como Ele perdoou;
e quanto mais pessoas imitarem Jesus mais diferentes elas serão. Porque as
pessoas que fazem o que Cristo fez não pertencem à realidade deste mundo, mas à
realidade divina - a única e verdadeira!
“Portanto,
sede meus imitadores, como também eu de Cristo” (1 Coríntios 11:1), diz-nos o
apóstolo Paulo. Entretanto muitos pensam que a Bíblia é
pura fantasia. Para esses a vida já está tão ficcionalizada que a Verdade se
torna apenas mais uma mentira. Se não quisermos nos perder nas artimanhas desse
mundo enganoso, teremos que olhar firmemente para o alvo – JESUS - e imitá-lo fielmente, meditando em sua
Palavra de dia e de noite para que nossas mentes não sejam enganadas e para que
nossas vidas não sejam cópias perdidas, mas imitações seladas pela marca de
Cristo.
Pri, que texto maravilhoso! Sim, é necessário imitarmos a Cristo, pois Ele sim é o modelo a ser seguido. Na verdade, ele é o tipo de pessoa que, originalmente, Deus queria que fôssemos: o modelo original, não falsificado, que funciona e age adequadamente, conforme a vontade do Pai, o Criador. Por isso, imitar Cristo não é nos diminuir (por estarmos imitando) mas é elevar-se, pois sempre estaremos imitando algo (não somos originais em nada! Pura cópia - como já pensava Platão).
ResponderExcluirSe vamos ter de imitar algo, que seja algo que nos eleve. Se é para sermos um "clone" que seja do melhor "ninja" possível. Se vamos atrás de "grandes feitos", que sejam os realmente grandes, das maiores e mais nobres histórias "de cavalaria andante". Que nos chamem de repetidores. Que nos chamem de "ninjas copiadores". Que nos chamem de Quixotes (ou loucos). Ainda assim, seremos eternos por estarmos imitando o que durará para sempre.