Ao longo das épocas, culturas e sociedades, a glutonaria já foi percebida de várias formas: como símbolo de prosperidade e de saúde, mas também de degradação e descontrole. Costumes e interpretações sociais do fenômeno vão e vem, de um tempo ao outro, mas, de um jeito ou de outro, a glutonaria permanece presente entre as ações humanas. Acredito que hoje exista uma tendência a considerar a glutonaria como uma questão patológica, ou seja, o glutão possui esta atitude por uma disfunção biológica/psíquica e precisa de auxílio médico. Não sou especialista na área, sequer sou da área de saúde, mas não vejo, ao menos a maioria dos casos, desta forma. Acredito que isto é uma questão psicológica, sim, mas não que seja uma patologia. Acredito que se trata mais de uma questão inerente ao ser humano, mas que, por um motivo ou outro, descontrolou-se. O ser humano tem a necessidade de alimentar-se. Isso é natural e próprio de nossos corpos. No entanto, poderíamos considerar a alimentaçã...
Wesslen, para alguém apaixonado pela soneto e pelas formas parnasianas, você arrasou no poema concreto e na forma pós-moderna!Esse "teste de visão" pode ser observado por diversos ângulos, a depender, definitivamente, do ponto de vista! A forma do poema de acordo com os testes aplicados pelos oftalmologistas para avaliar a capacidade de visão do paciente, desafia o leitor a testar sua capacidade de enxergar as diversas possibilidades de leitura com base não no conteúdo do poema (várias letras dispostas em linhas, em fontes e tamanhos diferentes; no início deixando ler-se "o outro" e na última linha, a palavra "eu" em línguas diferentes, mas através da forma como é construído. Se seguirmos a leitura de cima para baixo, o "outro" parece ir diminuindo de proporção até ser percebido num pequeno "eu". Na outra direção, de baixo para cima,o "eu" vai aumentando de proporção até se tornar um grande "outro". Seria uma questão de hierarquia? Estaria um e outro realmente em relação direta de proporção? Seria "eu" um "outro" e vice-versa? Será que ambos são distintos ou o fato de estarem todos reduzidos às letras não seriam todos iguais? Será que o "outro" grande é a representação da nossa capacidade de ver primeiro o "outro" antes do nosso "eu", ou seria a facilidade que temos de enxergar primeiro os "outros" para depois olharmos para "eu"? Será que o "eu" é pequeno porque mimetiza o nosso olhar para dentro de nós, lá no fundo, para o nosso interior e quando olhamos para o outro estamos vendo o exterior por isso é mais visível? As perguntas são tão infinitas quanto as possibilidades de respostas, o que importa é ver o poema e refletir sobre qualquer traço, pista que possamos perceber nele que nos faça de alguma maneira aumentar nosso campo de visão, interno como externo! E que para além de qualquer perspectiva, a perspectiva cristã seja a que prevaleça em nós! Olhando sempre para o alvo que é Cristo, sem jamais perdê-lo de vista, pois Ele é nosso caminho, verdade, luz e salvação!
ResponderExcluirValeu mesmo, Wesslen, por essa obra literária e pelo turbilhão de pensamentos que agora desafiam o meu "teste de visão"!
*o*
ResponderExcluirPri, que coisa maravilhosa seu comentário! Quantas leituras você pôde fazer de algo tão singelo! Massa! Não vou comentar porque sou suspeito e porque não cabe explicar nada aqui. O que fiz, fiz! E o que você leu, você leu!
Feliz por ter uma leitora tão cuidadosa, perspicaz e inteligente!
Sim, Cristo é o alvo! O alvo maior e único capaz de focar nosso modo de ver e agir. Acho que foi Bubber que disse que Deus é o Outro mais Outro (a maior alteridade), algo como o "não-eu maior".
Que Ele possa nos ajudar a ter uma boa visão das coisas, das pessoas e de nós mesmos.
Obrigado, Pri!