Recentemente assisti ao mais novo filme gospel do momento, “Deus não está morto”. Um bom filme, apesar de achar que aquela perseguição acadêmica não é mais tão forte assim... posso estar enganada. Mas não foi o tema do filme que me chamou a atenção. Foi uma determinada cena em que finalmente alguém teve o bom senso de não apenas vomitar o versículo de Filipenses 4:13 “tudo posso naquele que me fortalece” como se fosse uma frase de auto-ajuda, colocando-o em seu devido contexto. Frequentemente escuto muitas pessoas recitando-o: “vou conseguir uma promoção, pois tudo posso naquele que me fortalece”, “vou conseguir comprar o que desejo, pois tudo posso naquele que me fortalece”, “vou conseguir ter, ter, ter...pois tudo posso naquele que me fortalece”. Está em adesivos de carro, de parede, de porta, mensagem de caminhão... enfim, a ideia ficou tão popular que até os leitores bíblicos menos assíduos ou que simplesmente não leem a Bíblia conhecem esse versículo e o usa para justi...
Wesslen, para alguém apaixonado pela soneto e pelas formas parnasianas, você arrasou no poema concreto e na forma pós-moderna!Esse "teste de visão" pode ser observado por diversos ângulos, a depender, definitivamente, do ponto de vista! A forma do poema de acordo com os testes aplicados pelos oftalmologistas para avaliar a capacidade de visão do paciente, desafia o leitor a testar sua capacidade de enxergar as diversas possibilidades de leitura com base não no conteúdo do poema (várias letras dispostas em linhas, em fontes e tamanhos diferentes; no início deixando ler-se "o outro" e na última linha, a palavra "eu" em línguas diferentes, mas através da forma como é construído. Se seguirmos a leitura de cima para baixo, o "outro" parece ir diminuindo de proporção até ser percebido num pequeno "eu". Na outra direção, de baixo para cima,o "eu" vai aumentando de proporção até se tornar um grande "outro". Seria uma questão de hierarquia? Estaria um e outro realmente em relação direta de proporção? Seria "eu" um "outro" e vice-versa? Será que ambos são distintos ou o fato de estarem todos reduzidos às letras não seriam todos iguais? Será que o "outro" grande é a representação da nossa capacidade de ver primeiro o "outro" antes do nosso "eu", ou seria a facilidade que temos de enxergar primeiro os "outros" para depois olharmos para "eu"? Será que o "eu" é pequeno porque mimetiza o nosso olhar para dentro de nós, lá no fundo, para o nosso interior e quando olhamos para o outro estamos vendo o exterior por isso é mais visível? As perguntas são tão infinitas quanto as possibilidades de respostas, o que importa é ver o poema e refletir sobre qualquer traço, pista que possamos perceber nele que nos faça de alguma maneira aumentar nosso campo de visão, interno como externo! E que para além de qualquer perspectiva, a perspectiva cristã seja a que prevaleça em nós! Olhando sempre para o alvo que é Cristo, sem jamais perdê-lo de vista, pois Ele é nosso caminho, verdade, luz e salvação!
ResponderExcluirValeu mesmo, Wesslen, por essa obra literária e pelo turbilhão de pensamentos que agora desafiam o meu "teste de visão"!
*o*
ResponderExcluirPri, que coisa maravilhosa seu comentário! Quantas leituras você pôde fazer de algo tão singelo! Massa! Não vou comentar porque sou suspeito e porque não cabe explicar nada aqui. O que fiz, fiz! E o que você leu, você leu!
Feliz por ter uma leitora tão cuidadosa, perspicaz e inteligente!
Sim, Cristo é o alvo! O alvo maior e único capaz de focar nosso modo de ver e agir. Acho que foi Bubber que disse que Deus é o Outro mais Outro (a maior alteridade), algo como o "não-eu maior".
Que Ele possa nos ajudar a ter uma boa visão das coisas, das pessoas e de nós mesmos.
Obrigado, Pri!