Jesus, verbo intransitivo
“Ai, palavras, ai, palavras, que estranha potência, a vossa! ai, palavras, ai, palavras, sois de vento, ides no vento, no vento que não retorna, e, em tão rápida existência, tudo se forma e transforma! Sois de vento, ides no vento, e quedais, com sorte nova! Ai, palavras, ai, palavras, que estranha potência, a vossa! Todo o sentido da vida principia à vossa porta; [...]” (Cecília Meireles, Romanceiro da Inconfidência, 1972) Essas duas primeiras estrofes do poema “Romance LIII ou DAS PALAVRAS AÉREAS”, de Cecília Meireles, representam muito bem a importância das palavras e a sua “potência” – tanto no que se refere à força de seus diversos sentidos quanto no que se refere à própria realização de suas possibilidades de passar de um estado de existência a outro (como quer a filosofia). Aqui temos duas informações em destaque; primeiro, as palavras produzem sentidos variados, por isso uma mesma palavra pode ter um número indeterminado de significados;...