A ressurreição de Jesus como fato histórico



A ressurreição de Jesus é um dos fatos mais combatidos pelos céticos ao longo dos séculos. Muitos pontos da vida de Cristo tem sido questionados; sobretudo os que se referem a algum evento sobrenatural, como os milagres, e não é difícil encontrar por aí alguém que afirme acreditar na existência de um Jesus histórico, mas não em sua ressurreição ou em seus milagres.
Meu ponto neste texto é o de que o Jesus histórico é o Jesus bíblico, e que não se pode dissociar a mensagem de Jesus de sua obra, de modo que é impossível acreditar nos ensinamentos de Jesus sem crer naquilo que Ele afirmou sobre sua identidade, e sem crer que Ele de fato levantou dos mortos.

O ministério de Jesus durou 3 anos e meio. Os sinais (milagres) foram iniciados em um casamento, em Caná da Galileia (Jo 2:1-11), e o acompanharam durante todo o seu ministério (At 10:38). As curas, as expulsões de demônios, os eventos miraculosos, todos eles tinham uma lógica dentro da missão de Jesus e revelavam a sua natureza. Os sinais realizados por Jesus eram cumprimento de profecias (Is 61:1,2) e demonstravam seu poder e autoridade. Também revelavam sua identidade divina (Jó 9:8) como no episódio em que andou sobre as águas. Os autores dos evangelhos escreveram biografias de Jesus e fizeram questão de relatar seus feitos sobre-humanos, não somente seu ensino. Assim, é um grande equívoco separar os ensinamentos de Jesus de seus milagres. Se temos por confiáveis os autores do Novo Testamento e por fidedigno o texto das Escrituras como o conhecemos, então devemos crer em todo o relato, mesmo naquele que pareça mais improvável, do ponto de vista natural. Os milagres fazem parte do ensino e das promessas de Jesus (Mc 16:17,18; Jo 14:12).

Tanto quanto os milagres, a ressurreição de Jesus é um fato histórico e digno de toda a credibilidade. Em primeiro lugar a ressurreição é base de fé (Ro 10:9). Não há mensagem cristã sem ressurreição. Não há Igreja, cristão, discípulo, sem a mensagem da ressurreição de Jesus. Ela é um dos fundamentos do evangelho (1Co 15:3,4). Ela aponta para a vitória sobre a morte. Aponta para a redenção do homem. Ela é a coroação do êxito do sacrifício de Jesus. A ressurreição dos mortos é a prova de que a justiça de Deus foi satisfeita e de que não há mais nada que separe o homem redimido de Deus. Ela leva a humanidade ao projeto inicial de Deus, de ter comunhão com o homem (Gn 1:26), este sendo eterno, tendo o espírito de Deus em si (Gn 2:7). O homem redimido é um homem que vive para sempre. A vida eterna é uma promessa de Deus e uma esperança que faz parte da vida dos homens desde os tempos mais remotos. Como a morte é a consequência do pecado, Jesus, após ter realizado a obra de redenção se sacrificando na cruz, não podia ser retido pela morte. A morte era para os pecadores, e Jesus era sem pecado, de modo que ressuscitou. Sua ressurreição atesta o sucesso de sua obra e nos revela o projeto de Deus para o homem, sendo Ele o primeiro de uma nova linhagem (Cl 1:18), de seres glorificados, redimidos, que tem plena comunhão com o Criador. A ressurreição é cumprimento de profecia e de promessa, é o espelho para o homem ver seu futuro. Como disse Paulo: "E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa esperança e é vã a vossa fé"(1Co 15:14).

Do ponto de vista histórico é impossível imaginar a existência da Igreja e do cristianismo se a ressurreição não tivesse acontecido. Vejamos...

Os discípulos de Jesus começaram a pregar em Jerusalém e a dizer que Ele havia ressuscitado dos mortos (At 2:14). Eles afirmavam que eram testemunhas oculares de sua ressurreição e que Ele estivera com eles por 40 dias após voltar dos mortos e que havia ascendido aos céus, com a promessa de que voltaria. Passaram os anos seguintes pregando a mensagem de seu mestre, de modo a levar o evangelho para o mundo e, tendo enfrentado grande oposição e perseguição, morreram como mártires.

É claro que muitas pessoas morrem por suas crenças, ou por boas causas. Geralmente uma ideia em que acreditam ou alguma história contada para elas. Também é possível ser sincero acreditando em algo mas estando enganado, uma vez que se pode acreditar de todo coração e com toda a boa vontade em uma mentira. No entanto, os apóstolos estavam falando de alguém próximo a eles, de modo a afirmarem que eles eram as testemunhas oculares de tudo o que estava acontecendo (At 2:32). Ou seja, se a ressurreição fosse mentira eles saberiam. A grande questão é: Quem morreria por uma mentira sabendo que é mentira? Os discípulos levaram sua fé até as últimas consequências, entregando suas vidas por ela. A única explicação aceitável para isto é a ressurreição ser um fato verídico.

A Bíblia revela que os discípulos fugiram quando Jesus foi preso (Mt 26:56), e se esconderam com medo de serem presos também. Eles abandonaram seu mestre e não estiveram presentes nem mesmo no momento da crucificação (com exceção de João). Porém, dias depois, os apóstolos estavam em Jerusalém, pregando corajosamente, desafiando judeus e gentios e anunciando a ressurreição de Jesus. O que poderia causar tamanha mudança de postura? Apenas a ressurreição! Com que propósito os discípulos inventariam uma mentira como a ressurreição, abririam mão de seus projetos pessoais, famílias, enfrentariam perseguição e morreriam por isso? Será que tal mentira combina com seus valores morais elevados e com sua missão e estilo de vida? Certamente não. Os discípulos não só pregaram a ressurreição e o ensino do evangelho como realizaram sinais e prodígios, que davam respaldo á sua mensagem. Por isso é impossível imaginar a existência e o crescimento da Igreja cristã, e a fé cristã de maneira geral, sem a ressurreição de Cristo como fato histórico.

Abraços a todos!

Graça e Paz!

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