Criados à imagem de Deus




Existe uma razão para que a Bíblia nos ensine que fomos criados à imagem de Deus. Esse ponto é de fundamental importância para entendermos nosso papel nesse mundo e o que é que nos distingue dos animais. Para muitos, o ser humano é apenas mais um mamífero vivendo neste planeta, mas o fato é que nada se compara e se aproxima daquilo que os seres humanos são.

Assisti esses dias o capítulo final da nova trilogia da franquia Planeta dos Macacos (ótima trilogia por sinal). A trilogia trata de como os macacos conseguiram se desenvolver e evoluir a ponto de obter a supremacia sobre o planeta. São três filmes que abordam a origem do processo que levou à extinção do ser humano como raça dominante.

No filme, gradualmente, observamos a transformação dos humanos e macacos nos seus respectivos par de oposição: os humanos vão cada vez mais perdendo sua "humanidade" e se "animalizando", enquanto que os macacos vão perdendo sua "animalidade" e se "humanizando". É interessante porque, no fundo, sabemos que as coisas são exatamente assim: humanos são diferentes dos animais e só humanos são capazes de demonstrar "humanidade".

Isso porque chamamos de "humanidade" (com muita razão) todas as práticas boas, generosas, sensíveis, misericordiosas, amorosas, respeitadoras, dignas, honradas e sensatas. Daí que, na trilogia, os macacos vão demonstrando cada vez mais esse tipo de comportamento e são, assim, humanizados.

O contrário é verdadeiro: as práticas insensíveis, egoistas, brutas, precipitadas, cruéis, insensatas, ásperas e violentas são consideradas "animais" (embora os animais nem sempre hajam dessa forma) e, por esse motivo, vão sendo cada vez mais atribuídas as seres humanos nos filmes.

Qual o sentido disso?

É simples, o único ser capaz de tomar decisões entre essas escolhas de ações é o ser humano; o animal vai agir por instinto ou por condicionamento. Daí que as boas ações, como ser misericordioso com o seu inimigo vai acontecer entre humanos, mas dificilmente ocorrerá entre os animais. O instinto animal vai combater o inimigo até a morte, o comportamento humano (saudável) será o de perdoar o inimigo. A resolução de conflitos através da força e da violência vai ocorrer com muita frequência entre os animais, mas a prática do diálogo e do entendimento mútuo é exclusivo dos seres humanos.

Atualmente, muitos tentam associar comportamentos humanos com práticas animais para justificar que determinadas práticas entre os seres humanos deveriam ser consideradas normais porque os animais praticam também (ou o contrário, que algumas práticas humanas não são naturais). É uma tentativa absurda de justificação, além de insensata. Nenhum animal na terra se equipara em nenhum sentido ao ser humano. Quando observarmos os mamíferos, por exemplo, em que a grande parte das espécies possui um macho-alfa dominante sobre o grupo e que usa da violência para manter sua superioridade sobre os outros, será que é esse tipo de atitude que consideramos normal entre os seres humanos ou é aquilo que chamamos de comportamento "animal" e que desejamos que seja abolida da nossa sociedade? Tenho certeza que você dirá que é a segunda opção.

O ser humano é único e os animais não servem de base para compreender nosso comportamento. O único ser vivo que possui línguas para comunicação, consciência, produz materiais e equipamentos, trabalha, planeja o futuro, tem empatia e é capaz do auto-sacrifício é o ser humano (sei que existem atitudes ruins que são exclusivas dos seres humanos, como as guerras, o sadismo e o desrespeito, mas quis me deter apenas nos aspectos positivos). Nenhum animal chega próximo desses comportamentos, embora possamos encontrar alguns casos isolados de comportamentos similares, ou próximos a esses dos seres humanos (especialmente entre animais que convivem com seres humanos).

A Bíblia nos ensina que fomos criados à imagem e semelhança de Deus (Gn 1.26) e isso significa que todas as maravilhosas características de Deus foram imputadas em nós, para que fôssemos capazes de realizar todas as coisas boas que Deus faz: "Porque somos criação de Deus realizada em Cristo Jesus para fazermos boas obras, as quais Deus preparou de antemão para que nós as praticássemos"(Ef. 2:10). Se o ser humano pratica o que é mal é por causa do pecado e da influência do maligno e não por sua natureza (que é, originalmente, boa). A Bíblia nos ensina ainda que foi por comer da árvore do Conhecimento do Bem e do Mal (que não era uma macieira) que o homem pecou e passou a viver longe de Deus praticando obras más. Por causa da desobediência a Deus que a própria disposição mental da humanidade foi entregue à maldade:

Além do mais, visto que desprezaram o conhecimento de Deus, ele os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem o que não deviam. Tornaram-se cheios de toda sorte de injustiça, maldade, ganância e depravação. Estão cheios de inveja, homicídio, rivalidades, engano e malícia. São bisbilhoteiros, caluniadores, inimigos de Deus, insolentes, arrogantes e presunçosos; inventam maneiras de praticar o mal; desobedecem a seus pais; são insensatos, desleais, sem amor pela família, implacáveis. (Rm. 1:28-31)

Além disso, a própria natureza foi corrompida pelo pecado, praticando e sofrendo coisas que não deveriam ocorrer nela e com ela (os animais estão aí incluídos) e aguarda sua restauração assim como a ascenção dos filhos de Deus que levarão todas as coisas de volta à ordem natural e original antes do pecado (Rm. 8:19-23).

Por isso, nosso parâmetro de comparação não pode nunca ser a natureza ou o comportamento animal. Mesmo caída, a humanidade está muito acima dos padrões de comportamento do reino animal. Na verdade, fomos incumbidos por Deus de administrarmos a natureza e servirmos de exemplo para ela (Gn. 1:28-30). Nosso padrão de comportamento é o próprio Deus, através de Jesus, é nEle que vemos o modo de agir que Deus espera para o ser humano, é em Jesus que vemos qual o verdadeiro sentido de "humanidade" a que devemos nos apegar. Por isso, não podemos abaixar nosso padrão de comportamento ao nível dos animais, eles esperam que nós assumamos nosso papel enquanto seres humanos, agindo da mesma forma que o Criador deles e nosso: com amor.

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