Sanji, um homem com determinação


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No anime One Piece, meu personagem favorito é o cozinheiro Sanji. Não, eu não sei cozinhar bem (às vezes, arrisco-me na cozinha, mas é raro e nada complexo demais. Mas ainda pretendo aprender alguma coisa... Enfim!). Mais do quê o espadachim Zoro, ou o capitão do navio, Luffy, entre os demais "chapéus de palha" gosto da personagem Sanji por dois motivos: 1) as caras e bocas que ele faz quando vê uma garota bonita (Mellorine!!! hauhauhauhau! Meus amigos sabem do quê estou falando); 2) Sua determinação em seguir seus preceitos.

Sanji possui duas grandes determinações de vida, dois grandes preceitos: o primeiro, é não deixar, se estiver ao seu alcance, alguém passar fome; o segundo, é nunca, nunca, nunca, bater em uma mulher. Por conta de um episódio em sua infância, em que quase morreu de fome preso em uma rocha no meio do oceano, Sanji se determinou a nunca deixar alguém passar pela mesma experiência que ele e, mesmo que seja um inimigo, servir uma refeição à pessoa faminta. Por conta de seu affair com garotas (ele fica extremamente bobo e tem atitudes exóticas perto de garotas bonitas), ele também se determinou a nunca bater em uma mulher, mesmo que isto lhe custe a vida.

Em um dos primeiros episódios em que Sanji aparece, ele serve comida a um pirata que aparece faminto no navio-restaurante em que ele trabalha. Mesmo sabendo que o pirata, após recompor-se da fome, poderia tentar roubar o navio ou planejar algo contra ele, Sanji não esmorece e serve uma ótima refeição ao pirata, sem nem sequer cobrar-lhe um centavo por ela. Da mesma forma, quando do resgate de Robin em Enies Lobby, Sanji tem de lutar com uma bela mulher, Kalifa, que é membro da CP9 e fora enviada para eliminar os "chapéus de palha". Ele apenas tenta se proteger de seus golpes, pois ele prefere morrer a bater em uma mulher. De fato, ele quase morre, Nami foi quem teve de lutar contra Kalifa para que Sanji não morresse.

Este tipo de atitude é raro. Estava pensando em meu próprio comportamento e em como, muitas vezes, abandono meus preceitos por medo, insegurança ou pelo prejuízo que posso ter caso sustente uma determinação. Minhas determinações ainda são muito fracas. Quantas vezes não me saboto e me "condeno naquilo que aprovo"? Reconheço o bem e tenho consciência do que é bom, mas ainda assim pratico o que não concordo para que eu não saia prejudicado ou para que as consequências me sejam "favoráveis". Muitas vezes, praticar o bem ou o que é bom nos dará prejuízo e não vantagens imediatas. Comprometer-se com alguém ou algo nos dará mais responsabilidades e trará mais exigências e não o contrário.

Em um belíssimo salmo, o poeta questiona a Deus quem poderia estar mais próximo dEle, quem seria digno de conviver com o Todo-poderoso:

"Senhor, quem habitará no teu santuário? Quem poderá morar no teu santo monte? Aquele [...] que mantém a sua palavra, mesmo quando sai prejudicado," (Salmo 15.1,2a e 4b).

Entre outras virtudes, a de manter sua palavra é vista como atitude de quem é digno de estar na presença de Deus, mesmo que isto lhe custe ou lhe dê prejuízo. Ser íntegro, muitas vezes envolve sair prejudicado de alguma situação. A recompensa do íntegro não está em ter "lucro" por sua honestidade, mas em praticar aquilo que aprova. A satisfação do íntegro não está nos "dividendos" (sejam de quaisquer espécie, até mesmo morais), mas em fazer aquilo que sua consciência afirma ser o correto.

Tenho pedido a Deus para que nunca chame o mal de bem e nem o bem de mal. Quero reconhecer o que é bom quando o vir, mesmo que este bem "me prejudique". Quero desenvolver uma determinação tão forte que eu seja capaz de morrer por ela. Exagero? Não, integridade. Isso não quer dizer que o íntegro será um intransigente. Quer dizer que o íntegro será alguém plenamente consciente de seus valores e ideais. O íntegro é capaz de explicar seus preceitos, pois ele está consciente deles. Pode ser que desenvolvamos determinações diferentes ao longo da vida, ou que mudemos algumas delas devido à uma mudança de consciência, não há problema nisso. O que não pode ocorrer é a mudança por causa do possível ou provável prejuízo que teremos.

Tudo isso soa muito estranho em um tempo onde o que importa é a "vantagem" que se terá. No entanto, para nós cristãos, o que importa não são as vantagens imediatas que poderemos receber nesta vida. Como C.S. Lewis disse, "Você não tem uma alma. Você é uma alma. Você tem um corpo". Daí que "dar a outra face", "entregar também a túnica" ou "arrancar o olho direito" não são prejuízos, são investimentos naquilo que é eterno. A vida cristã é uma vida que envolve sacrifícios e aflições (Jesus nos mostrou isso claramente). Será necessário perder para ganhar, será necessário dar para receber, será necessário morrer para viver... Será que estou disposto a tanto? Meu único pedido é que o Senhor me dê ouvidos atentos para ouvir e praticar esta palavra. Amém!

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