Bárbaros guerreiros!
A palavra bárbaro oriunda do grego antigo βάρβαρο, significa
não-grego. Os gregos a usavam para designar os estrangeiros, qualquer um que
não fosse grego. Depois, passou a denotar também pessoa não-civilizada e, entre
outras coisas, individualmente, bárbaro passou a denotar pessoa
mal-educada, muito bruta, sem piedade, insensível.
Etimologias à parte, no
RPG “Champions of Norrath”- aliás, muito bom! Recomendo! -, há cinco categorias
de guerreiros: elfo negro, elfo da floresta, clérigo, mago, e o bárbaro. Nesse
caso, o guerreiro é um bárbaro, e essa característica distintiva (bárbaro),
mais que nacionalidade, descreve o caráter forte, destemido, instintivo desse
guerreiro. Além disso, ele é mais frio na batalha, porque o bárbaro quer matar
o inimigo e para isso se mete com tudo na frente de batalha ao invés de
preparar estratégias e agir com cautela. E aqui poderíamos até confundir ser
bárbaro e agir de modo bárbaro. De fato, enquanto guerreiro “of Norrath”, ser
bárbaro implica em ser mais forte, consequentemente, lutar com mais brutalidade
e impiedade. Mas, ser impulsivo e digamos “demolidor” nesse caso não é algo
negativo porque o guerreiro sabe bem quem ele é – Bárbaro! -, e contra quem ele
luta. Desse modo, os atos bárbaros são realmente válidos. Com isso, enfatizo
que primeiro ele é guerreiro e depois bárbaro. Pois o contrário disso, um
bárbaro, alguém mal, bruto, que não mede as consequências de sua brutalidade,
pode lutar lutas erradas e cometer suicídio ao invés de bravura.
Bom, comecei a pensar
sobre essas coisas quando reli as seguintes palavras de Tiago:
“Ninguém, sendo tentado, diga: Sou tentado
por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele a ninguém tenta. Cada
um, porém, é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência”
Tiago 1:13-14
Vejamos, Tiago é bem
claro ao mostrar que somos tentados pelos nossos próprios pecados, pelo que há
dentro de nós, pela nossa velha natureza. Alusivamente, poderíamos dizer que
nossa velha natureza é bárbara: mal, pecaminosa, desenfreada. Mas, ao receber o
perdão e a salvação de Cristo Jesus, nos tornamos então guerreiros de Cristo.
Passamos a guerrear contra esse pecado, essa concupiscência que nos constitui
como homens falhos e caídos. A boa notícia é que assim como no RPG, nos
tornamos guerreiros bárbaros, ou seja, agora nosso ponto primeiro é ser
guerreiro e, como guerreiros, podemos usar nossa característica bárbara para
guerrear com toda força e coragem contra o mal, o verdadeiro mal que há em nós.
Mas precisamos estar atentos para que não lutemos em vão, para que não nos
voltemos contra Deus, culpando a Ele com palavras e ações bárbaras (não é Deus
quem nos tenta, contudo nossa própria maldade). Portanto, precisamos ser
bárbaros, sim, contra o pecado e todo mal que ele causa. Pois uma coisa é
certa, já somos “Champions of Christ”
Bárbaro, Priscila!
ResponderExcluirÉ interessante notar o quanto podemos aprender com cada coisa que fazemos, até mesmo um jogo de videogame. Quem conchece alguma coisa de RPG sabe que sempre existem diversas categorias de personagens e que cada uma delas possui pontos fortes e fracos.
Na jornada cristã sabemos que cada um de nós possui também suas habilidades e fraquezas. Seu texto me encoraja a aprimorar meus pontos fortes e direcioná-los adequadamente, enquanto resguardo meus pontos fracos e os defendo da melhor maneira possível.
Obrigado por mais uma ótima reflexão contextualizada com algo que gosto tanto e que me facilita a compreensão!