Reboot
Vivemos um período na cultura pop em que pouco se tem criado o "novo". Muitas franquias e obras que fizeram sucesso tem sofrido o que se chama de reboot, que se consiste em refazer algo do início. Caso bem notado é o do super-herói homem-aranha que teve seu terceiro boot ano passado com o filme "De volta ao lar". Em 2002 tivemos o primeiro longa do aracnídeo, em que a história do vigilante foi contada pela primeira vez, seguindo-se mais dois filmes com o mesmo elenco e dando seguimento a história. Depois, em 2012, tivemos o primeiro reboot recontando a origem do herói e suas primeiras aventuras. E, finalmente, ano passado, mais um reboot recontando a história do super-herói.
Mas por que tantos reboots? Por que não criar novas histórias, novos heróis? Por que não continuar as histórias anteriores? Dizem que vivemos uma crise de criatividade (na cultura de forma geral). Em tempos pós-modernos a frase "nada se cria, tudo se transforma" ganha um sentido ainda mais amplo e verdadeiro. Alguns gostam dos reboots (até por não gostar das primeiras versões ou por querer ver as mesmas histórias sendo recontadas), outros não gostam (por não querer que se alterem as primeiras versões ou por não querer que as histórias sejam contadas novamente). É uma questão de gosto. De qualquer modo, pelo que parece, em tempos de crise cultural e social, buscar repetir aquilo que funcionou é uma estratégia de sucesso e os reboots parecem não ter previsão alguma de parar.
Em termos de evangelho e vida cristã, reboots também acontecem. A Bíblia nos diz que "A benignidade do Senhor jamais acaba, as suas misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã. Grande é a tua fidelidade" (Lamentações 3:22,23). Isso quer dizer que todos os dias novas oportunidades nos são dadas; todos os dias temos um novo estoque de misericórdias esperando por nós; todos os dias podemos começar do zero de novo! O próprio Deus dá um reboot nas misericórdias, pois Ele sabe bem que precisamos de misericórdias novas a cada dia, pois somos falíveis e limitados.
É por isso também que a Bíblia nos ensina que "Fomos, pois, sepultados com ele pelo batismo na morte, para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida" (Romanos 6:4). Isso quer dizer que nossa vida será um reboot diário da nossa própria história, buscando torná-la, a cada versão (dia a dia), mais semelhante à vida que Deus planejou para nós (a vida de Jesus!). Seremos a mesma pessoa, vivendo a mesma vida, mas tendo a chance, a cada dia, de tornar nosso caráter mais semelhante ao de Jesus. É um reboot em busca da adaptação mais próxima possível da versão original!
Cada um tem sua opinião sobre cada reboot que é feito no cinema, nos quadrinhos ou em videogames, mas em se tratando de vida com Jesus, não há o que questionar: nosso reboot é necessário, "até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, ao estado de homem feito, à medida da estatura da plenitude de Cristo;" (Efésios 4:13). Enquanto não formos versões bem feitas de Jesus, será necessário um reboot todos os dias. Pois é desejo de Deus que todos cheguem à plenitude e semelhança daquele por quem e para quem todas as coisas foram criadas. Deste modo, aja para tornar-se uma versão de Jesus em que as pessoas não tenham dificuldade de ver o mesmo roteiro do original, mas que reconheçam de cara que você é uma versão que faz jus à "franquia" divina.
Comentários
Postar um comentário