Fé, Futebol e Dia dos Namorados???




O Dia dos Namorados está chegando! Sim, neste domingo, dia 12/6/2011 se comemora o dia dos namorados (agora diga uma novidade, não é?)! Deixo aqui registrado meus parabéns a todos os casais de namorados. Mas este post não se destina unicamente a parabenizar os casais de namorados. Não, pretendo falar também de duas outras coisas que estão relacionadas com isto: fé e futebol. Ahn? Não viu a relação? Então espero deixá-la clara até o fim deste tópico.

Como este blog é composto por cristãos-malucos-nerds nada mais natural do quê falar de Fé. Estou lendo o livro O caminho do coração, de Ricardo Barbosa, Reverendo na Igreja Presbiteriana do Planalto, em Brasília. O primeiro artigo do livro, chamado de "Jó: Paradigma da espiritualidade cristã", trata da fé enquanto relação com Deus desprovida de "segundas intenções", ou seja, que devemos nos relacionar com Deus sem esperar nenhum benefício pessoal desta relação a não ser o mero prazer de nos relacionarmos com nosso Criador. Ricardo Barbosa não nega a voluntariedade de Deus em nos abençoar e nos prover com sua Graça, mas ele nos indica que nossa intenção em relação a Deus não deve ser motivada por estas coisas. A fé, então, seria fundamentada em uma relação desinteressada e fiel, que não se abala mesmo quando não recebemos o que esperamos de Deus ou quando nos vemos "abandonados" por Ele nos momentos mais difíceis (assim como Jesus diz na cruz).

Mas será possível ter tal relação na prática? Será que alguém consegue se relacionar sem esperar absolutamente nada em troca? E a resposta é: Yes, we can! Como exemplo, proponho que observemos como torcedores se relacionam com seus clubes de futebol favoritos! Quem conhece o torcedor realmente fanático, sabe como este "amor" ou "paixão" é incondicional e não interesseira. Não se ganha nada quando o clube ganha um título, não se perde nada quando ele é rebaixado, mas o fato é que não se muda ou troca de clube seja na alegria ou na tristeza, no título ou no rebaixamento (alguém lembrou daquelas frases de casamento?). Normalmente, a esmagadora maioria dos torcedores não "vira casaca" quando o clube perde para o maior rival ou quando ele "vai mal das pernas" nos campeonatos. Não, o amor ao clube é incondicional, irrestrito e independente de qualquer benefício que se poderia ter com ele. Ama-se o clube por amar.

O estranho (e agora voltamos para o tema do Dia dos Namorados) é que dificilmente se vê tal amor em relação a pessoas (não digo a todas as pessoas, acredito que as mães são as pessoas mais amadas do mundo, de forma geral, por pior que seja o ser humano, na maioria dos casos, ele ou ela consegue amar incondicionalmente a mãe). Bem, mas por quê este amor devotado que se nutre por um clube de futebol dificilmente se aplica à namorada ou esposa? Pra mim, é algo extremamente esquisito. Consegue-se amar algo, em parte, abstrato, como um clube de futebol, mas quando a namorada ou esposa não "corresponde" ao que se espera dela, logo é "posta pra escanteio"! O clube pode cair e ser rebaixado, mas nunca é "mandado pro banco", enquanto namoradas e esposas não podem "pisar na bola" que já levam "um cartão vermelho" ou são "substituídas". Muitos conseguem amar outras "coisas" desta mesma forma: a nossa denominação religiosa, o nosso modelo de carro, nossa empresa, nossas ideias, nossa profissão, nossa ficção favorita ou nossa marca de computador, mas, dificilmente, se consegue amar alguém, uma pessoa, um ser humano, o cônjuge "por nada". Estendo isto a Deus. Está claro que se não conseguimos amar desta forma "nosso próximo, a quem vemos" como poderemos amar assim a Deus, que não vemos? 

Neste Dia dos Namorados, momento de "temporada de caça" para alguns (de fato, as garotas solteiras ficam mais sensíveis e fragilizadas neste período), instigo meus leitores e leitoras a refletir sobre o amor sem interesses, o amor incondicional. Caso seu namorado ou namorada ame incondicionalmente um time de futebol, mas tenha muitas condições ao amor por você, cabe refletir sobre este relacionamento e tentar, em amor (com demonstrações profundas e sinceras de amor desinteressado) tratar este relacionamento para que ele possa se aperfeiçoar. Caso não tenha namorada ou namorado, cabe refletir em que tipo de relacionamento você espera estar e desenvolver no futuro. Pois, assim como no futebol, quem é "torcedor mesmo" está junto até morrer, seja comemorando alegremente a conquista do casamento ou namoro, ou lutando e sofrendo junto contra o rebaixamento da relação.

Comentários

  1. Que texto brilhante!!!!!!!!!!!!!!!!
    Completo, claro, inteligente e divertido!!! Deixou-me com tantas idéias, mas ao mesmo tempo sem palavras!! Em minha humilde opinião, um dos melhores textos do nobre Wesmaster (diante dos inúmeros textos maravilhosos)! Parabéns, irmão

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  2. =D

    Muitíssimo obrigado, Master! É muito bom saber que, de alguma forma, colaborei para novas ideias ou, ao menos, para reflexão!

    Abração, MASTER!!!

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  3. Excelente post, baby.... Gostei de sua reflexão, apesar de não entender o "(de fato, as garotas solteiras ficam mais sensíveis e fragilizadas neste período)". Acredito que o efeito "dia dos namorados" não é sentido apenas pelas meninas. De alguma maneira os meninos devem sentir também, já que ambos compartilhamos a necessidade de nos relacionarmos.

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  4. Eu estava pensando essa manhã sobre essa lealdade do torcedor para com seu clube(coincidência?). Mas estava pensando com relação ao grande trânsito de pessoas entre as nossas congregações. Muitos irmãos, por imaturidade, trocam de congregação como quem troca de roupa. É uma pena.
    Mas, ao que interessa... Gostei muito do Post, faz sentido. Parabéns!!

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  5. Hum...A Dryka tá certa! Mas conhecendo o autor, tenho certeza que ele também pensa dessa maneira. 8D

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  6. Olá Andressa!

    Obrigado por comentar no blog da Fraternidade Lambda!

    Realmente, não só as meninas que são afetadas por este dia. Qualquer pessoa que esteja emocionalmente mais sensibilizada irá sentir os efeitos do "Dia dos Namorados". Tradicionalmente e culturalmente o gênero feminino tem sido influenciado a abater-se mais por não estar em um relacionamento do quê os homens. Para os homens estar só pode até ser considerado uma vantagem: pode-se "caçar" ou, ao menos, flertar bastante (coisas não consideradas próprias para as mulheres).

    Enfim, o principal, no texto, não é discutir o efeito que o dia tem sobre as pessoas, mas aproveitar o possível efeito para levá-las a refletir sobre algo mais profundo e importante que o mero "estar junto de alguém".

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  7. Sugiro um outro livro também: As cinco formas de amar. Só gostaria de dizer que o verdadeiro amor é uma decisão poderosa, que não curte os altos e baixos da temporada. A nobreza do amor não tem estação! Abraço, Wesslen e coleguinhas do blog.

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  8. Ótimo texto! Bem escrito, leve, muito bom mesmo!

    Em relação a "estar com alguém", acho que existem expectativas em relação a parceira, ou parceiro. A relação entre homem e mulher implica numa série coisas que se busca, de verdade.

    Você não começa a namorar, ou casa com uma pessoa, pq decidiu, do nada.(continua)

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  9. Continuando: Um cara não casa com uma garota que não o atraia sexualmente. Até pq o sexo é inerente ao casamento. Uso esse exemplo só pra mostrar de onde vem as diferenças...

    Então, de fato, vc pode até amar incondicionalmente a pessoa, no sentido de que vc vai cuidar, tratar bem, até se sacrificar por ela. Mas pode fazer isso por qualquer pessoa, independente de ser esposa, namorada.
    A relação do casal envolve suprimento mútuo, respeito mútuo, compartilhamento de vida, sonhos, etc.
    Se não existe isso, não há necessidade de que ambos virem um casal...

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  10. As vezes você tá com uma pessoa, pretende casar com ela, ser um com ela, mas percebe que o relacionamento não é sadio. Não é pleno...Percebe que tem muita coisa que "não bate". Então oq fazer?

    Nem sempre se encontra a "pessoa certa" de primeira.
    Graça e Paz!

    Abraço!!!

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  11. Em relação ao futebol, ele agrada. A pessoa se diverte torcendo. Mesmo quando o time tá mal, há uma certa alegria no torcedor, que vê seu time perdendo mas assiste ao jogo esperando uma virada...Isso é divertido. Um outro aspecto da questão do torcedor é a rivalidade. Zombar do adversário, discutir, defender seu time, essas coisas...

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  12. Valeu Gigio!

    Esse livro é aquele mesmo do Gary Chapman, As cinco linguagens do amor? Se for também recomendo, muito bom mesmo!!!

    De fato, para se passar a amar não se depende de estações ou "temporadas de caça". Como decisão poderosa ela não pode ser sucetível à "sensações" ou ao bel prazer.

    Abração Gigio (e coleguinhas do blog)!

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  13. Sim TJ! Perfeito!

    O sentido do post é justamente no "after that". Depois que se escolhe o cônjuge, de que forma amá-lo? Daí vem a proposta de que seja como um torcedor genuíno de um time de futebol.

    É claro que isto não é tão simples. Diferentemente do amor ao clube, que não precisa ser recíproco, é necessário que ambas as partes estejam engajadas com o mesmo afinco e disposição.

    Assim como a escolha do cônjuge, a escolha por um clube de futebol passa por muitas questões. A maioria delas subjetivas. Mais depois que se decide, acredito que a disposição tem de ser esta: SOU TAL CLUBE ATÉ MORRER!!

    Pode ser que, como eu (e acho a maioria), não acertemos o cônjuge de primeira. De quantas garotas já gostei ou me interessei e deu em nada? (embora só tenha tido um único namoro). Mas feita a escolha a decisão em amor deve ser incondicional. Senão, entraremos no "jogo de amor" atual da sociedade. Então deixaremos nossas esposas se elas desenvolverem problemas crônicos de saúde? Ou trocaremos de cônjuge caso ela não satisfaça mais sexualmente? Se impormos condições ao amor, não seremos capazes, de fato, de amar.

    Tomada a decisão de ser "uma só carne" (não apenas no sentido sexual), exige-se compromisso e firmeza. Ou estaremos sempre torcendo pelo novo campeão.

    Espero ter esclarecido!

    Abraços! Valeu pelos comentários! É sempre bom deixar as coisas mais claras e melhor expostas!

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  14. Mais um esclarecimento:

    Não quero dizer com isso que uma vez que você decidiu por um cônjuge terá de se fixar ou desenvolver um "amor escravizado" por aquela pessoa. Não, nada disso. O amor incondicional aqui é entendido como o amor que não espera retribuição. Não é o amor que diz "se não for você não será mais ninguém".

    De modo algum, o amor incondicional é tão libertador que é capaz de "deixar ir" sem esperanças de retorno e continuar amando (amor como bem, como paz, como alegria e boa disposição). O amor incondicional que resolve se separar, por exemplo, é capaz de se relacionar com uma nova namorada, sem problemas. O que deixa de existir é o Eros, não o Ágape (base de qualquer amor genuíno segundo C. S. Lewis).

    Não vou me estender muito porque pra mim este assunto ainda é complexo no sentido mais básico: o segredo que há no "uma só carne", que ao meu ver não se resolve apenas na conjunção carnal.

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  15. Blz Wesslen! Tá esclarecido mano!

    De fato, depois (e somente depois) do casamento não tem mais volta. A aliança do casamento é algo muito sério que deve ser mantida até o fim. O cara não deixa a esposa se ela ficar doente, envelhecer, e vice-versa.
    Mas eu falo sobre as motivações do casamento. O que acontece antes.
    É por isso que a decisão tem q ser bem pensada, e é preciso analisar diversos pontos. É aquilo que eu comentei no post unodecisões parte 2. Somos corpo, alma e espírito, o casal deve combinar nestes 3 pontos.

    Pq ter um casamento pela metade se é possível ter um casamento pleno?

    Valeu brother!
    Abração!

    Graça e Paz!

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